Perplexity.ia grátis por um ano para clientes Vivo

Meu texto anterior sobre o Copilot pode ter passado a impressão de que eu condeno o uso de IA, mas garanto que não é nada disso. Eu só não gosto que ela seja imposta pra gente o tempo todo, como tem acontecido nos últimos tempos. Acho que isso inclusive estimula o uso indiscriminado, mesmo quando não seria tão necessária assim, aumentando demais o consumo de energia desses servidores (e da água necessária pra resfriar tudo).

Disclaimer: como meu foco é na IA para fins de pesquisa, não vou entrar na questão do uso de IA generativa para criar imagens e vídeos a partir do uso não autorizado (e não remunerado!) do trabalho de artistas mundo afora, ok?

Mas, bem usada, a IA, como qualquer ferramenta, pode nos ser bastante útil.

E é por isso que eu quis deixar registrada aqui uma dica que dei tempos atrás no LinkedIn e no Facebook: tem Perplexity.ia Pro grátis pra clientes Vivo!

Mas vamos por partes.

Por que usar a Perplexity e não o chatGPT?

Toda ferramenta tem pontos positivos e negativos, e eles vão depender do uso que vai ser feito delas. Não vou, portanto, entrar em muitos detalhes aqui.

Mas eu gosto mais da Perplexity (minha Perplexity é menina, me deixem) principalmente porque sempre mostra as fontes de pesquisa, e isso já ajuda na hora de confirmarmos as informações.

Aliás, fica a dica pra vida: sempre confirmem as informações que a IA te dá. IAs sofrem um fenômeno conhecido como “alucinação” (é, é esse o nome mesmo), ou seja, elas surtam e inventam coisas. Então o bom senso nos diz que não devemos acreditar piamente no que dizem (aliás, nunca acreditem piamente em nada neste mundo).

Na versão Pro tem a opção de usar “máquinas” diferentes para o raciocínio da IA, e de uns dias pra cá incluíram nessas opções o DeepSeek R1, que tem causado alvoroço no mundo IAzístico.

Vantagens do DeepSeek R1

Uma das principais vantagens do DeepSeek, a meu ver, e lembrando que não sou especialista no assunto, é ser mais “leve”, exigindo processadores menos robustos que o chatGPT, por exemplo, e consequentemente gastando menos energia que os concorrentes. Processadores menos robustos também esquentam menos, então consomem menos água pra resfriar os equipamentos. Ou seja, é uma IA mais sustentável, o que pra mim já é um excelente motivo pra usar.

Uma forte crítica que ela vem recebendo é o enviesamento das respostas, por causa dos dados com o qual foi alimentada inicialmente. Por outro lado, por ser uma ferramenta de código aberto (portanto transparente) e facilmente “treinável”, ou seja, pode ser personalizada com um custo be menor, esse enviesamento pode ser bastante mitigado.

DeepSeek R1 na Perplexity

Hoje chegou um email da Perplexity falando sobre as características do DeepSeek dentro dela:

Resumindo pra quem não fala inglês: estão dizendo que o modelo está hospedado nos Estados Unidos e na Europa, garantem que seus dados não vão ser enviados para a China de nenhuma forma, e que tiraram todo tipo de censura nas respostas, ou seja, que as respostas não terão aquele viés que foi noticiado (mas tenham em mente que toda IA tem algum tipo de viés, dependendo dos dados com que foram treinadas e alimentadas). Dizem ainda que usuários Pro têm direito a 500 pesquisas com o DeepSeek R1 por dia.

Comprovação da remoção da censura

Para ver se tiraram mesmo a censura do DeepSeek R1, eu fiz a mesma pergunta que gerou o bafafá nas internet tudo: pedi informações sobre o massacre da Praça Celestial. A resposta completa está aqui, mas colo aí embaixo as capturas de tela das partes mais interessantes, ou seja, o “reasoning” (raciocínio) para chegar à resposta. Reparem que, a cada etapa, aparecem as referências da busca.

Agora, vamos aos finalmentes: como ativar isso de graça pra quem é cliente Vivo.

Ativação da Perplexity Pro via app Vivo

A ativação é facílima, está na área de benefícios do app da Vivo. Eu uso só o celular da operadora, conta tipo Controle, e está lá. Talvez não esteja disponível para assinantes de todos os serviços. Se puderem deixar nos comentários qual seu tipo de conta/serviço e se tem ou não, fico muito agradecida. 🙂

Entre na área de benefícios do app e procure a Perplexity.

Clicando nessa imagem acima, o app vai mostrar as informações do benefício:

 

Clique em Resgatar benefício e leia as regras.

A regra diz que a promoção vale apenas para novos usuários da versão Pro. Se você já paga, sorry, não vai funcionar. ¯\_(ツ)_/¯

É só usar o cupom informado no site da Perplexity.ia e aproveitar. \o/

 

Agora, se você não puder usar essa promoção por qualquer motivo e quiser assinar a Perplexity Pro mesmo assim, aqui tem um código de desconto por recomendação. Quem usar ganha $10, e eu ganho $10 também.

 

Currículo pra cá, currículo pra lá… E como a gente controla isso?

Mandar currículo (ou, como brinco em aula, abanar o cvzinho por aí 😀 ) faz, ou devia fazer, parte da nossa rotina, mesmo para quem tem mais de década de estrada tradutória. Quando conseguimos clientes que paguem mais, podemos dispensar, ou pelo menos dar menos prioridade, para os que pagam menos. O objetivo é ganhar mais trabalhando menos!

Muitos anos atrás eu comecei uma planilha de clientes em potencial. As fontes são várias: LinkedIn, diretórios de associações, da Translators101 (só para assinantes Premium), do Proz, do TranslatorsCafe. E que informações eu incluo para cada uma? Nome da agência, país dela, áreas de atuação (pesquiso previamente para ver se atuam nas minhas áreas de especialização e no meu par de idiomas), nome e email da pessoa responsável pela avaliação de currículos, se conseguir descobrir isso.

Mas acho que as informações mais importantes que eu anoto lá são as de credibilidade dessas agências. Qual a avaliação dessas empresas no Proz, na Payment Practices, no Tri-Trab? Tem alguém reclamando dela no LinkedIn? Já falei aqui sobre a importância de pesquisar a reputação das agências para não cair em roubada.

E por que eu anoto essas informações?

Qual a necessidade de anotar essas coisas, se a agência não tiver uma reputação que valha a pena? Se eu não pretendo trabalhar para ela? Então…
Hoje chegou um contato privado pelo Proz. Olhei lá na minha lista, estava anotadinha a má avaliação em quase todos os sites. A mensagem foi direto pro lixo, sem eu precisar perder tempo com ela de novo.

Como eu estou sempre tentando otimizar as coisas (é o meu jeitinho 🙂 ), recentemente migrei a planilha para o Notion. Gostei que dá para fazer várias listas diferentes a partir da mesma “lista-mãe”, facilitando a visualização. Na imagem abaixo dá para ver que tenho duas sublistas com os clientes viáveis. Meu critério para ser cliente viável é ter “sim” ou “talvez” na coluna “Vale a pena?”.

Aí, com base nesse critério e nas informações da coluna “Especialização”, fiz uma sublista para clientes de Life Sciences e uma para os de localização.

(Dividi em duas imagens para facilitar a visualização, mas fica tudo numa linha só.)

Anoto também quando mandei CV, e por onde (site/email). Se tiver retorno, anoto numa outra coluna que não aparece no print. E aí de tempos em tempos volto à lista e vejo se preciso retomar o contato com alguma delas.

Se precisar consultar rapidinho um nome, já que minha lista já tem centenas de agências, é só usar a lupinha que aparece à direita na segunda imagem. É, gente, centenas mesmo. E adiciono mais algumas toda semana.

Isso garante algum retorno? Garante serviço desses clientes? NÃO. E quem der alguma garantia, seja qual for, está mentindo. Mas temos que tentar, mesmo assim, não é mesmo? Porque clientes (e serviço) infelizmente não caem do céu.

Bora abanar o cvzinho por aí?

Chegou minha vez de ranhetar sobre o sobre

Esta semana foi puxada. Muito. Bagarai.
Quinta-feira, devia ser mais de onze da noite, eu estava revisando um arquivo e fui obrigada a ler num diálogo:

Não tem nada interessante pra eu escrever sobre?

Juro juradinho de pé junto que li isso numa tradução feita por pessoa humana (teoricamente, pelo menos).

Por curiosidade, coloquei a frase em inglês na ModernMT, e a tradução que ela sugeriu foi:

Não há nada interessante para eu escrever?

Está meio dura pra um diálogo? Sim, com certeza. MTs em geral não são lá uma brastemp em diálogos (mas em textos mais quadradinhos nadam de braçada) e, apesar de a ModernMT ser melhor que o GT, por exemplo, porque ela aprende seu estilo segmento a segmento e vai ficando cada vez mais redondinha, parecida com a forma como você traduz do zero, eu não entregaria essa sugestão dela sem fazer alterações. MAS ELA NÃO DEIXOU O SOBRE PENDURADO NO FIM DA FRASE.

Esse sobre sobrando sozinho e abandonado ali no fim é óbvia contaminação do inglês. Na boca (e nos dedos) de quem simplesmente entende inglês, é comum e perfeitamente compreensível. Na boca e nos dedos de linguistas que vivem de traduzir, é horrendo. Pra mim, imperdoável. Quem teve aula comigo em algum momento já me viu distribuindo bronca por causa disso.

Não estou de modo algum sendo purista, tentando defender a Última Flor do Lácio. Toda língua evolui com o tempo, e isso é perfeitamente normal, ou ainda estaríamos nos tratando por Vossa Mercê. Aqui mesmo é raro eu escrever um texto inteiro no registro formal e certinho da tal norma culta. Mas esse caso (e outros parecidos) não é bem a mesma coisa. É sinal de que a pessoa não separa uma gramática da outra. Ela pensa num idioma com as estruturas gramaticais da outra. Mas olha só… clientes pagam a gente justamente porque (em tese) sabemos essas diferenças. É nossa obrigação saber português muito melhor do que outros idiomas. Conhecer a fundo, mesmo. Estudar, fazer cursos. É pra isso que nos pagam.

Como eu demonstrei ali em cima, MT não comete esse erro. Essa MT aí, especificamente, não é gratuita, mas custa muito menos que qualquer profissional da tradução (pago $25 por mês). Se não queremos ser substituídas por elas, precisamos ser melhores que elas. Na pior das hipóteses, iguais (mas não aconselho). Quem está lá na frente da fila pra serem trocadas pelas máquinas são as pessoas que traduzem pior que as máquinas. Logo atrás estão as que traduzem igual. ¯\_(ツ)_/¯

Aliás, devo falar mais da integração da ModernMT com o memoQ nos próximos dias.

Educação continuada e a permanência na carreira

Uma das coisas mais legais em traduzir é poder aprender um pouco mais todo dia. Amo, de verdade, ser paga pra descobrir coisas novas. Mas não é só com as pesquisas que podemos e devemos aprender sempre. A educação continuada também é essencial, não importa quanto tempo de estrada tradutória você tenha!

Quem já fez alguma oficina de CAT tool comigo sabe que, logo no começo da primeira aula, eu costumo dizer que “camarão que dorme, a onda leva” (usando exatamente a mesma imagem que aparece ali no alto). E eu realmente acredito nisso, e não só com relação à tecnologia. A partir do momento em que não estamos avançando, automaticamente estamos ficando pra trás.

E os clientes também estão começando a cobrar essa atualização contínua! É cada vez mais comum clientes certificados pela ISO entrarem em contato pedindo uma atualização dos cursos que fiz recentemente, dos congressos e eventos de tradução dos quais participei.

E eu participo de muitos. Eventos, congressos, cursos, palestras, oficinas. Se eu conseguir encaixar na agenda e no orçamento, pode esperar me encontrar por aí. Acho que é uma excelente maneira não só de me manter atualizada e aprender mais nas minhas áreas de atuação, mas também de descobrir coisas que poderão, talvez, agregar alguma habilidade nova ou quem sabe até uma nova área de atuação no futuro. Quem sabe?

Quando fiz o curso de legendagem com a Andressa Gatto na i2B em 2021, por exemplo, a intenção não era trabalhar pra plataformas de streaming. Eu queria aprender a quebrar linhas no lugar certo, porque achei que seria útil na localização de jogos. E eu estava certa, ajudou mesmo. Mas, além disso, me abriu as portas para a legendagem institucional. Às vezes aparecia algum cliente meu pedindo esse tipo de serviço, e eu sempre recusava por não conhecer a técnica de legendagem. Agora incorporei a legendagem corporativa ao meu arsenal. <3

Já falei um pouco sobre essa intersecção de áreas em vários posts aqui, e também em pelo menos duas palestras: no congresso da Abrates deste ano e no congresso da Abrates de 2019.

Por isso tudo, resolvi incluir no meu currículo aqui no site uma seção com todos os cursos, oficinas e palestras que fizer. Até agora vinha listando só os cursos mais longos, mas vou começar uma busca arqueológica nas pastas de anotações e certificados e, conforme o tempo permitir, vou incluir tudo.

Fico também à disposição para dar informações sobre os cursos e oficinas que já fiz ao longo dos anos. Sei muito bem quantas horas passamos na frente do computador pra pagar os boletos nossos de cada dia, então é sempre legal ter informações de quem já fez aquele curso antes de investir seu suado dinheirinho sem saber se vale a pena (até porque nem sempre o valor é tão “-inho” assim, não é mesmo?).

Mesmo que não esteja lá na lista, pode vir perguntar no cantinho. Se eu tiver informações confiáveis, mesmo que não sejam de primeira mão, prometo fazer jus à minha fama de sincerona do rolê. 😀

Atualização

A Amarilis Okida fez algumas observações mais do que pertinentes no LinkedIn, coisas que eu costumo comentar nas aulas de mercado da tradução da pós da PUC-PR e devia ter colocado aqui, mas acabei esquecendo completamente. Então lá vai:

1. Pesquise a respeito dos profissionais que compõem o núcleo pedagógico e o corpo docente do curso. Se essas pessoas forem reconhecidas e respeitadas por órgãos de classe, associações profissionais e por seus pares, é um forte indício de qualidade. Do contrário, ligue o sinal de alerta.

2. Informe-se sobre a reputação do curso, como ele é visto no mercado? Se a única menção ao curso ou à equipe pedagógica vier dele mesmo, você terá mais um sinal de alerta.

3. Cuidado com as promessas milagrosas. O dinheiro é consequência de uma carreira séria e cuidadosamente construída em cima de comprometimento e ética. Isso leva tempo. Não há atalhos. Não existe ganhar muito e trabalhar pouco na tradução. Se prometerem isso a você, acenda o farol.

4. Por fim, se possível, converse com quem já fez a formação que despertou o seu interesse e veja se as observações parecem confiáveis. Quem já passou por ali, recomenda? Por quê?

Assino embaixo de tudo, tem vídeo meu dizendo isso em mais de um lugar, então copiei e colei as observações da Lili na cara de pau (mas com os devidos créditos, obviamente).

Quanto às mentorias, nunca fiz nenhuma, mas já fui mentora do Caminho das Pedras da Abrates (e pretendo voltar a ser, assim que conseguir me organizar pra isso). Falando como mentora, foi uma experiência valiosíssima de voluntariado. Fazendo a devida pesquisa prévia, como a Lili indicou ali em cima, também pode ser um bom aprendizado para quem está começando.

Alerta de novo golpe na praça

Pipocou por aqui um novo tipo de golpe que eu, pelo menos, nunca tinha visto. Não é especificamente voltado para a comunidade tradutória, mas pode levar seu dinheiro mesmo assim, se não prestar atenção.

Chega um e-mail avisando que você tem uma entrega pendente que ficou presa na alfândega, e precisa pagar o valor devido pra liberar a mercadoria.

Estou sempre comprando online, então isso em si não foi estranho. Já recebi aviso (legítimo) do correio dizendo que precisava pagar tarifa alfandegária, paguei, recebi o produto, tudo certinho.

A primeira coisa que me chamou a atenção é que esse não vinha do correio, mas de um serviço com nome aleatório genérico. E chegou no e-mail profissional, que eu raramente uso pra compras.

Fiz uma busca pelo suposto número do pedido no meu e-mail, porque em geral chega um e-mail de confirmação de compra com o número do pedido, certo? Mas… nada.

Obviamente não paguei nada e fiquei esperando pra ver o que acontecia. Claro que é óbvio que nada aconteceu, além de chegarem mais e-mails parecidos.

O primeiro e-mail chegou dia 5, e até agora já foram ONZE. Todos pro mesmo e-mail, cada um com um número de pedido diferente.  Outra coisa que chama a atenção é que nem sempre o número do pedido aparece no corpo do e-mail. Às vezes é no corpo, às vezes é só no assunto.

Por desencargo de consciência, ainda fui ver o que diz o siteconfiável.com.br, que é ótimo pra mostrar sinais de alerta de golpe, e confirmaram a minha nada leve suspeita.

A título de comparação, olha só o que ele diz sobre o meu site:

Então, fica a dica: antes de pagar qualquer coisa, mesmo que seja valor baixo (aqui eram só R$ 17,00), faça a lição de casa! Novos golpes aparecem toda semana, e a gente precisa estar sempre ligada pra não distribuir nosso suado dinheirinho indevidamente.

Sobre os golpes específicos pra comunidade tradutória, falarei em breve. Estou levantando informações. 😉

Atualização em 8 de setembro de 2023:

Estou marcando os e-mails como spam, mas eles continuam chegando, agora também como se fossem da FedEx! Reparem, aliás, a belezura (SQN) do português…

 

Reparem que o e-mail não tem nada a ver com a FedEx, que é uma empresa conhecida há décadas. O site deles têm, inclusive, uma seção de rastreio de encomendas. Acessei direto pelo navegador, obviamente, sem clicar em nada no e-mail, e coloquei esse código que aparece ali em cima. Como eu já tinha certeza absoluta, ele não existe. ¯\_(ツ)_/¯

 

RSS
Follow by Email
LinkedIn
Share