Gramática: os porquês

Hoje estava ajudando minha filha de 10 anos a estudar português. Pronomes e os porquês. E comprovei, mais uma vez, que a melhor maneira de aprender é “destrinchar” o assunto para poder explicar para outra pessoa. No meu caso, destrinchar bem destrinchado, para que uma criança possa entender.

A Gramática Nova, de Faraco, Moura e Maruxo Jr., até agora tem se mostrado digna do valor pago por ela: segue o Acordo Ortográfico, traz textos de apoio atuais (quadrinhos, letras de músicas, conteúdo de sites) e explicações bastante claras, imprescindíveis numa gramática escolar.

Resolvi transcrever, aqui, os textos referentes aos porquês, coisa que até adultos costumam errar com frequência. Estas explicações nem de longe são completas, mas espero que possam ajudar a entender melhor os porquês dos textos.

Por que

Usa-se por que nas interrogativas diretas e indiretas. Pode ser substituído por por que motivo.

Por que você a ignora?

Quero saber por que você a ignora.

Os cientistas ainda não conseguem explicar por que os humanos têm tão poucos genes.

Por que equivale também a pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais.

Esta é a casa por que passamos.

Porque

Porque introduz uma causa ou explicação. Pode ser substituído por pois ou pelo fato de que.

Ele a ignora porque é medíocre.

Não fique preocupada, porque ele está bem preparado.

Por quê

Por quê é empregado em final de frase e quando a expressão estiver isolada.

Ele saiu da sala por quê?

Não vou viajar mais.

Por quê?

Porquê

Porquê é um substantivo. Equivale a causa, motivo, razão. Geralmente é precedido por artigo.

Não me interessa o porquê de sua atitude.

Como mudar o idioma da memória de tradução

Ontem passei por um aperto: precisava usar uma memória do memoQ no TagEditor, mas o Trados não importava a minha memória .tmx. Percebi, depois de quase arrancar os cabelos, que o problema era a configuração dos idiomas da memória: no memoQ eu usei EN>PT-BR, mas o Trados não aceita somente EN, precisa especificar o país (EN-US ou EN-GB, por exemplo). E agora, José?

Converti o tmx para txt no Olifant e mandei o Word trocar EN para EN-US, depois reconverti para tmx no próprio Olifant. E fiquei muito, mas muito aliviada mesmo quando o Trados importou a memória.

Depois, conversando com a Pricila Franz, ficamos matutando se haveria uma maneira mais automática, e portanto menos propensa a erro humano. A Pricila lembrou, então, do Xbench. Ela testou, funcionou, postou as instruções no blog. Hoje testei com a mesma memória problemática, também funcionou.

Interessante que o memoQ importa a memória normalmente, nesses casos. Todas as memórias EN-US>PT-BR do Trados que recebo importam normalmente no memoQ, EN>PT-BR.

Então, ficam as dicas:

  1. Sempre preste atenção aos idiomas das memórias. O memoQ importa a memória caso não sejam exatamente coincidentes, mas o Trados não.
  2. Se precisar alterar o idioma, tem duas opções:
  • Alterar manualmente com Olifant e Word, ou
  • Alterar automaticamente com o Xbench.

Pessoalmente, gostei mais da segunda opção. Todo procedimento manual leva consigo o risco de fazermos alguma meleca com a memória. Melhor evitar, certo?

Os links para os programas estão na seção de Links.

O tradutor e a interpretação de textos

Tradutor PRECISA entender o que lê. Parece óbvio, básico, mas o que vejo por aí diariamente mostra que não é bem assim.

Entender o texto que vai traduzir deveria ser o primeiro passo da tradução, certo? Eu, no meu entender prático, sem citar nenhum teórico (até porque eu não fiz faculdade de letras nem de tradução), diria que sim. Só que todos os dias aparece em listas de tradução ou comunidades do Orkut alguém procurando tradutores para algum projeto e dando instruções simples, como por exemplo “Envie CV e preço para xxx@gmail.com”. Logo depois aparecem pelo menos dois ou três colegas enviando resposta para a lista/comunidade. Alguns se desculpam em seguida, dizendo que enviaram por engano. Mas outros, especialmente no orkut, que não permite a desculpa de “cliquei no botão errado e enviei email para a lista”, simplesmente ignoraram ou não entenderam as instruções do possível cliente.

Esses colegas podem nem perceber, mas estão em desvantagens com relação aos que seguiram as instruções e mandaram o CV para o endereço indicado.

Cada projeto que recebemos vem com uma série de instruções (alguns com mais instruções do que texto para traduzir) que PRECISAM ser seguidas. Quem, em sã consciência, vai entregar um projeto com uma série de instruções detalhadas para quem não é sequer capaz de mandar um CV para o endereço certo?

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